domingo, 12 de setembro de 2010

Rumo ao infinito!

Nesse momento o relógio marca 1:15, horário de Brasília. Enquanto o espírito de alguém especial e querido segue rumo ao infinito, no celular toca "Tudo que ainda pode ser", do rapper Parteum. A música dá o compasso para as palavras que digito nesse texto.

Aproveito que a luta que travo com o sono ainda não terminou para registrar meu desabafo. O desabafo não é para relembrar que em outros tempos a vida era melhor ou "menos pior" que hoje. Cada geração tem seu tempo e temos que aprender a conviver com isso.

Mas para a geração atual, torna-se insustentável viver e conviver com a hipocrisia e a violência da cidade. E quem vive bem sendo diariamente violentado?

Violência que vai do acidente de trânsito ao uso de armas de fogo. Apelar para Deus em busca de paz é tapar o sol com a peneira. Deus faz milagre, mas ele não pode ser culpado da ira dos homens.

"Até quando?" - Essa é a pergunta que não se cala dentro do meu peito. Um peito novo, mas que está caleijado de perder entes queridos, amigos e pessoas especiais. Até quando irei aguentar esse peso?

A impotência com que nos sentimos diante dessa situação é enorme. A perda de alguém nos deixa sem palavras, silenciosos e reflexivos. Os sonhos não morrem, mas mudamos nossas prioridades. Prometemos ver e visitar mais as pessoas que ficaram nessa terra chorando a ausência de quem se foi, mas logo a rotina nos engole novamente.

Como diz o Parteum na música que citei antes: "Viver de vez em quando é se afogar numa piscina vazia". A água é fonte da vida, assim como amar, viver e fazer amigos é a fonte para nosso bom relacionamento em sociedade. Sociedade esta que nos joga diariamente numa piscina vazia, sem sentido. Afinal, para que estamos aqui mesmo?

Filosofias a parte, alguém já reparou que as notícias ruins chegam, geralmente, por telefone? As cartas e o contato social davam a possibilidade de desabafo imediato; o telefone nos estereliza.

Eduardo Pessoa

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